13 nov Psicólogo fala sobre como o derramamento de petróleo afeta sociedade
O derramamento de petróleo no Nordeste afetou ao menos 14 unidades de conservação na costa brasileira, matando animais e prejudicando a economia da região. Convidamos o psicólogo Guilherme Mascarenhas, Mestre na linha de Psicologia Ambiental, para falar sobre a afetação dessa catástrofe para a sociedade. Dá o play e confere📹!
#pracegover Descrição do vídeo “Olá gente, tudo bem?! Me chamo Guilherme Paim Mascarenhas, sou psicólogo formado pela UFBA, fiz mestrado na linha de Psicologia Ambiental aqui na UFRN e atualmente faço doutorado na mesma instituição, na linha de psicologia do trabalho, mas a tese toca em alguns pontos da relação pessoa-ambiente. Hoje eu venho falar sobre esse derramamento de óleo que aconteceu na costa brasileira. Como se sabe, esse desastre sócio-ambiental atinge não só a vida marinha da região, mas as pessoas que vivem na região, mais precisamente as pessoas que vivem da região, das pessoas que trabalham, que dependem do trabalho da região, por exemplo: pescadores, marisqueiros, pessoas que vivem do turismo. Eu vi imagens e reportagens de pessoas que comprometeram a sua saúde para tentar coletar um pouco do óleo derramado nas praias do nordeste, o que demonstra a precariedade da nossa política pública para lidar com esse tipo de situação, esse tipo de desastre. Esse é mais um desastre, mais um crime ambiental que acontece no Brasil e isso não é coincidência. O colonialismo de 1500 ele ainda não terminou, o Brasil ainda é um país que vive da exportação, da exploração, aliás da superexploração dos recursos naturais e tudo isso com suor do seu povo. arci Ribeiro, antropólogo conhecidíssimo no Brasil, ele dizia que o Brasil é um moinho de moer gente. E quando ele fala isso, ele não está falando de qualquer pessoa, ele fala de gente negra, indígena, pobre, e no caso atual isso pode ser colocado, de pessoas nordestinas, do povo nordestino. A Psicologia tem capacidade técnica, portanto ela pode e deve atender a população atingida por desastres sócio-ambientais como esse, no entanto é preciso ter consciência que existem limites enquanto ciência e enquanto profissão. A Psicologia sozinha não dá conta de dar uma resposta eficaz a esse tipo de problema. É preciso ter saídas coletivas para problemas sociais como esse, isso só de dá fortalecendo o poder popular. Não dá pra gente pensar que a exploração da natureza vai ser minimizada se ela só atender a necessidade de acumulação de riqueza. É preciso que a exploração da natureza esteja vinculada a atenção das necessidades sociais do povo brasileiro. Isso sim é falar de ecologia, como disse Chico Mendes, ecologia sem luta de classes é jardinagem. Então, era mais ou menos isso que eu queria dizer. Um grande abraço, e até mais!”
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