09 out CRP encerra eventos sobre alienação parental com psicólogas atuantes no Judiciário
A Comissão de Avaliação Psicológica (CAP) do CRP-RN encerrou na última quarta-feira, 7 de outubro, o evento 10 anos da lei 12.318: O Lugar da Psicologia nas Demandas de Alienação Parental. O evento teve início na segunda-feira, 5, abordando o percurso histórico da lei com a psicóloga clínica e jurídica Analícia Martins. Os eventos contaram com a participação de aproximadamente 100 pessoas, entre os presentes estavam psicólogas, advogadas(os) e estudantes.
Na abertura do evento, no dia 5, a psicóloga Analícia Martins abordou a trajetória da lei e trouxe reflexões sobre o papel da Psicologia em processos judiciais, o cuidado ético que as psicólogas precisam ter para não instigar litígios e as possibilidades de atuação para além de perícia judicial.
No encerramento do evento, no dia 7, o diálogo foi sobre Guarda Compartilhada e o melhor interesse de crianças e adolescentes, com as psicólogas convidadas Kátia Cristiane Bezerra e Emília de Rodat Peixoto de Araújo, ambas psicólogas atuantes no Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Natal (Cejusc/TJRN).
Durante o evento, a convidada Emília Araújo ressaltou a importância de uma escuta acolhedora e atenta das famílias em conflito para auxiliar na superação do sofrimento causado pelo rompimento do casamento.
A mediadora judicial Kátia Cristiane Bezerra destacou a guarda compartilhada como uma “estratégia de prevenção contra a alienação parental” e sobre a importância do acolhimento dos pais e mães para vivenciar e construir o que eles não tinham na relação com os filhos durante o casamento.
“O conflito, a vivência, as dores, fazem os pais paralisarem a relação com os filhos. É justamente quando não há um relacionamento, que a guarda compartilhada surtirá efeitos”, disse Kátia Bezerra.
Ao falar de suas experiências como mediadora judicial, Kátia abordou a percepção da manutenção do vínculo paterno após o divórcio, e o aumento de pais pleiteando seus direitos e deveres na Justiça “na guarda unilateral, aos pais não cabiam responsabilidades, nem o cuidado. Estamos vivenciando a emancipação da figura do pai que quer cuidar, estar presente, compartilhar e guardar seus filhos”, afirmou.
A psicóloga conselheira Ana Andréa Maux, coordenadora da CAP, afirmou que as falas das convidadas reforçaram a importância da Psicologia no poder Judiciário. “A prática de vocês confirma a importância da profissional de Psicologia no Judiciário para além desse lugar tradicional de perito, que muitas vezes fica restrito a ser um técnico para os operadores do Direito e não para benefício das pessoas tão sofridas com as dissoluções conjugais”, pontuou.
Projeto ENTREPAIS
Durante o evento do dia 7, as convidadas fizeram o lançamento da 7ª edição do Projeto ENTREPAIS – Cejusc Natal, que atende a pais e mães que enfrentam conflitos oriundos da separação conjugal e convivência com os filhos. No dia 22, às 17h, o projeto realiza o webinário “Como ficam os filhos após a separação dos pais?” Os interessados em participar do projeto devem realizar as inscrições pelo link. As inscrições são gratuitas e as vagas são limitadas. Mais informações no e-mail entrepais@tjrn.jus.br.
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