17 set CRP realiza primeiro evento do Ciclo de debates sobre atuação na segurança pública
O CRP-RN deu início nesta quarta-feira, 15, ao Ciclo de Debates sobre “Atuação da Psicologia frente às políticas de segurança”. Foi o primeiro, de mais dois encontros que acontecerão em outubro e novembro pelo canal do CRP no Youtube em comemoração aos 15 anos do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).
O primeiro encontro foi mediado pela psicóloga conselheira Carmem Plácida Souza Cavalcante (CRP 17/1651) teve como tema “Psicologia & Segurança Pública: implicações ético-políticas da profissão na defesa dos direitos humanos”, com o lançamento da Referência Técnica do Conselho Federal de Psicologia (CFP) sobre Atuação de Psicólogas(os) na Política de Segurança Pública.
O primeiro debate contou com a participação do delegado da polícia civil do Rio de Janeiro Orlando Zaccone, líder do movimento nacional “Policiais Antifacismo”. Seguido da apresentação do psicólogo Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CRP05/26077), professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheiro presidente do CRP-05/RJ e representante do CFP na Comissão Nacional dos Direitos Humanos.
O delegado da polícia civil do RJ Orlando Zaccone discorreu sobre os conceitos de Justiça, sobre Estado Penal e sobre questões relacionadas ao consumo de drogas no Brasil. “Justiça não se confunde com direito, a justiça é algo que desejamos. A Justiça na maioria das vezes nasce de forma injusta e não a alcançamos”, disse.
Zaccone citou a distribuição de bens que não estão acessíveis devido ao cenário de desigualdade social. “Precisamos fazer buscas no campo político tentando fazer compensações necessárias para se fazer justiça obsevando a desigualdade no ambiente social”, disse.
O professor e presidente do CRP-RJ Pedro Paulo Bicalho apresentou a Referência Técnica do CFP sobre Atuação de Psicólogas(os) na Política de Segurança Pública. “O grande desafio desta referência técnica se coaduna ao desafio de uma Psicologia que se articula com essa política. É preciso lembrar que a violência possui uma dimensão complexa com múltiplos fatores como a desigualdade estrutural, e a execução de políticas públicas precisam ter prioridade”, afirmou.
Bicalho também questionou sobre o papel da Psicologia como executora de políticas. “Numa sociedade marcada por tempos facistas, cabe a nós enfrentarmos a produção de mentiras, a disseminação dos discursos de ódio e a lógica punitivista. Esses tempos nos convocam para lutas, construir uma política pública só ocorrerá se essa Psicologia possa rimar com a democracia”, afirmou Bicalho.
Ambos os convidados responderam a questionamentos do público presente. O debate foi dividido em dois momentos devido à problemas técnicos. Confira no Youtube do CRP a parte 1 e a parte 2.
Próximos debates
Em outubro, o segundo eixo discutirá “Psicologia & Sistema Prisional: da docilização dos corpos à transformação social”.
E em novembro, o terceiro e último eixo, debaterá ”Psicologia e Políticas sobre Drogas: do tratamento manicomial ao antiproibicionismo”. As datas serão divulgadas em breve!
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